segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cirurgia Plástica - Novo protocolo traz mais segurança

Conjunto de normas ajudará sobretudo a esclarecer dúvidas, com alertas para possíveis riscos e complicações

O incentivo à troca de informações na relação médico-paciente em cirurgia plástica será estimulado com o auxílio de um conjunto de normas apresentado em 12 de maio pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília (DF). As Normas Informativas e Compartilhadas em Cirurgia Plástica têm o objetivo de contribuir para que a relação nos consultórios seja ainda mais transparente, e para a segurança - tanto para os profissionais quanto para os que buscam atendimento.

Além de estabelecer critérios e exigências para a prática profissional em cirurgia plástica, o protocolo informativo institui mecanismos capazes de desestimular aqueles que realizam procedimentos desse tipo sem condições éticas, técnicas e sanitárias. “São orientações para que possamos ter a certeza de que cada passo no processo de atendimento foi cumprido, anotado, dito e comunicado ao paciente”, explica o conselheiro Antonio Pinheiro, coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, responsável pela formulação do documento.
As Normas Informativas e Compartilhadas, construídas com especialistas em cirurgia plástica, serão mais uma forma de dar segurança ao paciente. Contudo, Antônio Pinheiro ressalta que o documento não impede ou é garantia de ausência de complicações em uma cirurgia. Para ele, sua força reside no fato de – após sua leitura, preenchimento e assinatura – representar que houve o devido esclarecimento do processo a ser realizado, inclusive com alertas para possíveis riscos, complicações e etapas que devem ser cumpridas entre a primeira consulta e o pós-operatório.

“Qualquer procedimento envolve riscos. A medicina não é uma ciência exata. Na sala de cirurgia ou mesmo após, podem ocorrer problemas não previstos. O protocolo legitima que o médico e o paciente estão de acordo e cientes dessas possibilidades e tomaram as medidas para reduzir os riscos”, comentou o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.

Comunicação – A principal preocupação do CFM é que haja comunicação clara e transparente entre o médico e o paciente. Segundo Pinheiro, a maioria dos processos éticos na área evidencia ruídos nesta comunicação. “Por um lado, médicos afirmam ter informado sobre o procedimento e expectativas; por outro, pacientes afirmam o contrário”.

O 1º vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Ognev Cosac, ressalta que algumas clínicas já trabalham com um modelo de consentimento informado, entretanto, é um processo generalizado. “Agora o médico vai checando todos os itens de segufança com a participação efetiva do paciente”.
Fonte: Jornal Medicina / Maio 2011

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