sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A EVOLUÇÃO DAS CIRURGIAS DE REJUVENESCIMENTO FACIAL UTILIZANDO PLASMA RICO EM PLAQUETAS


A primeira publicação de uma intervenção cirúrgica estética na face data de 1907, portanto há 103 anos. A cirurgia de rejuvenescimento facial, chamada ritidoplastia ou lifting facial, ganhou maior reconhecimento e passou a ser amplamente utilizada a partir da década de 60. Desde então, foram desenvolvidas e aperfeiçoadas técnicas médicas para alcançar um resultado cada vez melhor, com cicatrizes poucos perceptíveis e um real potencial de rejuvenescimento sem deixar um aspecto artificial no rosto da pessoa submetida à cirurgia.
Em nossa rotina profissional, buscamos proporcionar o máximo de qualidade no tratamento para que haja uma mudança significativa nas características que produziam o envelhecimento facial, porém com naturalidade. Isso se torna possível pelo tratamento de todas as estruturas que estão comprometidas e que precisam ser reposicionadas, aumentadas ou retiradas. Desse modo, realizamos o chamado lifting tridimensional da face.
O potencial existente para esses tratamentos, entretanto, ganhou um aliado muito forte nos últimos anos e que, certamente, é um dos maiores avanços para obter ainda melhores resultados nas cirurgias faciais: o PRP (Plasma Rico em Plaquetas).
O PRP é uma concentração autóloga (proveniente do próprio organismo) de plaquetas existentes no plasma. Além de um mediador do processo de cicatrização, é um componente do sangue usado para liberar fatores de crescimento no local onde se pretende reparar uma lesão tecidual, levando à aceleração do processo cicatricial e também proporcionando aumento da síntese de colágeno. Assim, as plaquetas atuam no processo de hemostasia, cicatrização de feridas e reepitelização, além de atuar como cola de fibrina, facilitando a adesão tecidual. Sabe-se, inclusive, que o emprego do gel de plaquetas contendo cola de fibrina reduziu o uso de curativos de pressão e a dor no pós-operatório.
Temos utilizado o PRP e a cola de fibrina autóloga em procedimentos de rejuvenescimento facial por sua segurança e, principalmente, por ser derivado do próprio sangue da pessoa, sem produzir riscos ou mesmo complicações pelo seu uso. Em nossa Clínica de Cirurgia Plástica, nos últimos seis meses, o produto foi aplicado em mais de 20 cirurgias completas da face. Em todos esses casos, pudemos observar uma redução significativa no edema e nas equimoses (manchas roxas que tendem a surgir nos primeiros dias após a intervenção). Acrescente-se a isso que a evolução é visivelmente mais rápida, permitindo que o paciente retorne às suas atividades habituais de maneira mais precoce.
É evidente que não podemos colocar o PRP como um fator isolado que solucionará todos os possíveis riscos que envolvem a cirurgia da face. O profissional deve contar com extrema habilidade em reconhecer as delicadas estruturas do rosto e realizar as trações e suturas de maneira precisa e simétrica. A experiência para realizar essa cirurgia demanda muito estudo, dedicação e recursos como o PRP, que vêm acrescentar ainda mais qualidade nos resultados obtidos.
Além das cirurgias de rejuvenescimento facial, o PRP e seus derivados podem ser empregados em cirurgias de contorno corporal que envolvem a lipoenxertia, favorecendo a integração das células de gordura e diminuindo sua reabsorção.
Por fim, posso dizer que a Cirurgia Plástica vem se beneficiando muito com a técnica do PRP, mas muitas outras especialidades também a utilizam, como a Neurocirurgia, a Odontologia e a Ortopedia.
Os conhecimentos da medicina atual avançam de maneira muito rápida. Hoje podemos descobrir em semanas, o que antes demorava anos para acontecer. Cabe aos profissionais buscarem esse conhecimento e favorecerem o seu aprimoramento para que mais pessoas possam usufruir desses benefícios em seus tratamentos.

Dr. Vinicius Julio Camargo
CRM 19651
Cirurgião Plástico